sábado, 30 de julho de 2011

Monção

      Na volta para casa eu encarei uma ponte quebrada, pela qual eu consegui atravessar apenas andando. Cheguei em casa e tudo atrás de mim foi desabando desde grandes construções até pessoas que estavam sorrindo. Estou no meu quarto e tudo está ficando frio por aqui , a chuva começa a gotejar dentro dessa morada e as nuvens negras sobem e fazem desaparecer a lua cheia que está no céu. De certa forma essa escuridão começa a se tornar peculiar, e meu doce lar. Esse arrepio não é algo comum, e esse vento soprando é sinal que os sonhos estão indo embora. Isso é um pesadelo? Avisto além de algumas árvores, alguém correndo contra a chuva que acabou de cair. Quem será ou o que fará? Me entrego e ... caio em si.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Segredos Internos

    Esta cidade está mais fria e calada agora. Acho que ela está cansada de nós e de todos esses dejetos humanos adolescentes que curtem a noite se embebedando e usando todos os tipos de drogas, jogando fora as velhas crenças em qualquer lugar, menos no lugar certo. Ninguém toma o controle e ninguém segura firme e nos mostra o caminho. 
    Eu faço meu último apelo, já golpeado pelo tempo e pelas pessoas, estou sozinho, me ajude. Quero reencontrar a atenção, ficar de pé, não mais caído no chão. Não preciso de outra mentira perfeita, só preciso de um momento real, que não possa desaparecer de minhas lembranças, e que me faça sorrir por alguns segundos ou mais, sem uma justificativa perfeita.

domingo, 24 de julho de 2011

Divina Comédia

      O som ecoa no silêncio dessa tarde chuvosa. Lá fora vejo pessoas chorando não pelo frio ou pela chuva, mas pela dor da ignorância e de terem vividos alíbis inventados para fazer corações não se quebrarem, mas que quando desmascarados partem a alma em milhões de pedaços. Queimando nos céus está a essência daqueles que insistem em se tornar os principais dessa grande peça teatral, a "Divina Comédia", a quem comumente chamamos de vida, por não termos palavra melhor para defini-la.
       De dentro do meu peito soam gritos que nunca são ouvidos. Ciência e fé são lados opostos da moeda, quando na verdade a fé é que a move a ciência na expectativa de se encontrar razões para seguirmos em frente e construirmos cada vez mais o conhecimento indubitável.
      O espelho embaça com a respiração ofegante e quente dessas pessoas que estão nesse lugar cheio de sombras de pessoas de todas as formas e cores, vivas fisicamente e mortas em sua essência, e tudo que ouvimos é: "Não se preocupe, pois isso logo passa."

Veneno

      Deixe-me saber o que fiz de errado dessa vez. Por que sou sempre o último a saber? Isso não é comum! Tenho segredos que nem ao menos convivi para com eles.
     Quem tem que opinar sobre sobre como vivemos vidas frágeis ou que gastamos nosso tempo arranjando jogos que não queremos jogar ou dando conselhos a outras pessoas, que na prática nunca servem pra nós mesmos. Tudo isso são pensamentos que não posso negar.
     Olá humanidade. Que tal vocês tomarem uma forte dose de massagem no ego e apenas seguirem em frente, cuidando de suas próprias vidas e em seguida, mesmo se sua vida ou esperança tiverem acabadas, irem em frente apenas para passar por isso. Continuem, e não desperdicem seus dias vivendo a vida de outras pessoas.

sábado, 23 de julho de 2011

Estrada Para Lugar Nenhum

       Assistindo TV, bebendo vinho. Hoje, pleno sábado, enquanto todos curtem com suas famílias o almoço em família estou sendo encarado pelo medo e por uma vida em pilares de danos. Eu nem sei mais o que é verdade e o que é real, nem sei como deveria me sentir em meio a isso.
      Essa vida me cansa. Estudos, números, bagagens, cinemática, sistemática, falsidade. Tudo parece que tem envolto a si uma embalagem de plástico que faz o planeta parecer um brinquedinho fantástico nas mãos daqueles que detêm o poder para dominá-lo e brincar com os mesmos.
      Eu só serei legal, contanto que eu emagreça. Tenho que rir o tempo todo, se não estou em depressão. E se existe mesmo Deus, será que ele está satisfeito? Como é que eu poderia ser mais óbvio? A realidade é que estamos na estrada para nenhum lugar, onde o fim é as forças armadas atirando em nós e acabando com a inutilidade que as pessoas dessa cidade, desse planeta, se tornaram.
       

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Morte de Inverno

     Eu ainda sou uma criança inocente que anda para os seus pais, na esperança de um abraço. Eu ainda sou uma alma presa ao infinito de um ser divino que só conheci em meus sonhos e orações. Eu ainda sou um adolescente sendo criado em pilares de danos por bastardos de 70, que sempre cultivaram o dinheiro como felicidade plena. Eu ainda sou alguém diferente, o que me tornaria especial?
     Eu ainda estou caminhando para casa, mas não a encontro. Esse lugar está diferente. As folhas estão secas e as pessoas molhadas de tanto chorarem. Toda palavra propriamente dita, está catalogada com direitos autorais e você não pode utilizá-la por que não é propriamente sua.
     A língua está presa, a alma machucada e as dores estão nas palavras e não sobre a superfície da pele. Tudo está parado, inacabado, congestionado e congelado. Todos estão realmente assustados. Esta é a revolução?

Deveríamos Viver

       Bem vindo ao planeta e bem vindo a existência. A fé é dada como existente quando na verdade é apenas mais uma palavra na boca de milhões que choram por não ter um caminho por onde seguir. Não é porque o céu está nublado que as estrelas morreram. 
      Por que seriamos eternamente felizes, se Jesus curou doentes, nos ensinou coisas importantes e morreu, chorou por nós e viveu uma vida calamitosa, viveu uma vida de dor. Quem somos nós reles humanos para sermos mais que ele?
      Acredito na teoria que depois do efeito colateral, da resistência, todos estão fadados a passar por obstáculos que estão impostos não para nos fazer cair, mas para nos deixar mais fortes. Sonhos todos possuem para a plenos pulmões serem ditos em voz alta e para que sejam conquistados com o tempo, com as lutas, não com vil metais que acabam com o tempo. As melhores coisas da vida não são aquelas que duram a eternidade, mas são aquelas que duram o tempo necessário para se tornarem inesquecíveis, nos faz felizes, são as coisas pequenas, ínfimas. Nem tudo é material.
     O que move o mundo é o amor, e você não o pode desmontar a uma ciência, a uma reação química. Há sempre um pouco de razão na loucura e há sempre um pouco de loucura no amor.
     Minha teoria é de morrer todos os dias, para que o amanhã seja um novo dia e voltar e ver coisas que não conseguiria se estivesse vivo a mais tempo, sendo consumido pela razão, abaixo desses céus abundantes e ao lado da maiorias da pessoas que vêem a morte apenas como a conclusão óbvia do início. Talvez estejamos mesmo, todos aqui, tortos e quebrados. Vivemos por nós, não por todos, nunca para sermos plenamente felizes.
     Nós deveríamos viver para mais que guerras, dinheiro, sexo e prazeres. Deveríamos viver para muito mais.

domingo, 17 de julho de 2011

Resistente

    Chove lá fora e um turbilhão de sentimentos encobrem esses meus olhos mortificados pela luz que transcende esses seres que estão em meu caminho. Há verdade e mentiras nesses corações que pulsam sangue para manter esses nossos olhos abertos, e para que nosso calor permaneça por enquanto. Estou sussurrando coisas, mas as pessoas entendem que esses sorrisos são sinal de que estou maravilhosamente bem, quando na verdade estou caindo e caindo em meio a um lugar completamente desconhecido. A razão encobre os olhos das pessoas e a dor toma conta do meu ser. E agora eu sei que posso ir embora... Algumas coisas, que nunca mudam, só mudam.

Arranha Céus

     Os céus choram um líquido escuro e que corrompe as coisas. As crianças choram por não ter o que comer e onde dormir. Velhinhos vibram com os tempos em que haviam coisas em abundância e uma simplicidade que fazia a felicidade nascer das pequenas coisas. Pais largam seus filhos para irem buscar trabalho a milhas de distância e o mundo nunca pareceu tão escuro e ruim de se viver.
     A verdade é que arranha céus estão cada vez maiores, que a ganância do homem aumenta a níveis críticos, se dá valor ao vil metal e menos a vida, quer se preservar a natureza abusando de impostos e quer se investir em infra estrutura de estradas, sem antes se investir na saúde daqueles que vão passar por ela.
     Vamos lidar com vidas não com números, senhores eleitos. Erros podem ser perdoados. Atitudes podem ser repensadas. Mas palavras nunca poderão ser esquecidas. #ficadica

sexta-feira, 1 de julho de 2011

    Me fechei para o mundo, e agora estou aberto ao neon cintilante que apenas o mistério se faz preservar em mim na cor. Histórias ambulantes, quens, comos, e porquês permanecem em mim meditando sem rumo sobre uma consciência que perde a noção do espaço-tempo constantemente.
    Estou perdido ou ainda não encontrado?

Espelhos

      Encontrei com o reflexo do meu eu, na poça de lama ao chão, que mal refletida me mostrou o quão idiota e sem definição eu me tornei com o tempo.
      A poeira que sai de meu corpo já em decomposição, se mostra o quão frágil e velho estou me tornando.
      Em mim vejo cicatrizes de buscas em todos os lugares que eu olho, nos meus olhos a escuridão toma lugar da cintilante luz que tomava conta de todas essas almas que habitam esse lugar.
Em livros, na internet. Nos meus avós, nos meus pais. Nas pessoas e em Deus. Não encontro a resposta para "Para quê eu vivo?"