domingo, 17 de abril de 2011

No meu limite

                     
   Desculpa mãe, mas eu não sinto sua falta. Desculpa pai, mas apenas seu nome junto ao meu não interessa. Sou do mundo e nunca mais seus.
   Vocês vivem na negação e brigando, não se importem comigo por favor.
   Eu sei que posso, e vou fazer tudo isso sozinho. Posso ter pouca idade, mas sou capaz de ser o suficientemente dotado de consciência e amor ao próximo, para não machucar nínguem e construir minha vida, diferente de vocês dois.
   Sou filho de bastardos. Os peço lealdade e tudo que me dão é dinheiro. Os peço amor e tudo que me dão são lamentações dizendo que é tarde demais.
   Prometo lealdade ao mundo que me criou sozinho. Não culpo a ninguem o fato de ser um desastre ambulante. Talvez até os 18 eu seja inocente e depois disso o culpado. Creio que até mesmo quando morrer, terei eu mesmo que cavar minha própria sepultura, por onde passarei o resto dos tempos.
   Não importa. Talvez em algum dia no futuro eu construa uma ponte rumo ao lugar que nunca encontrei. Onde eu tenha valia, tenha amigos verdadeiros e carinho o suficiente para sorrir sem motivos e sonhar sem medo do amanhã.
   É, acho que se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos sejam quais forem realidade.

Um comentário:

  1. E assim somos filhos desamparados. Mas temos dentro de nós, a esperança de que isso um dia vai passar
    Lindo Kaio

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