sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Diário Habitual

   A vida é como um quebra cabeça e cada pécinha se encaixa para criar quem somos, o que fazemos e o que sentimos. 
  Toda experiência nos molda para o que vamos nos tornar com o tempo.
   Eu sei que comecei como um papel em branco, e talvez minhas lembranças contem a minha história,talvez em algum lugar dentro de mim tenha a chave para um mistério maior ainda que a do meu passado. Eu estou tão ansioso para me lembrar... crescer e experimentar a vida como alguns de meus colegas lá fora, mas eu desejo mesmo é voltar a ser aquele velho papel em branco, e acho que certos amigos também querem isso.
  O som de certos momentos ecoa em uma tristeza a aqueles que não podem me ouvir. Há uma batida no meu peito, meu rosto parece queimar e acima de tudo parece que as pessoas começam a desaparecer. Existem cerca de 800 mil palavras nessa língua, os olhos porém expressam uma comunicação muito mais precisa, eles se apertam, piscam, se assimetriam e até mesmo se fecham de um jeito que não consigo decifrar.
  O aparecimento de meu eu desconhecido faz meu corpo indagar sobre pra que existo. Mesmo com anos de pesquisa histórica, quanto mais a minha espécie tenta se definir mais me afundo numa confusão mental.
  A comunicação oral parece ser vaga e contraditória, e simples expressões matemáticas escritas traduzem o modo perfeito com qual minha consciência quer se comunicar, talvez apenas com toques  em papéis ou em objetos vivos ou frios. Tenho contado com o nada mas ele continua me dando sua palavra ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário